sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Cetoacidose Diabética


A cetoacidose diabética é definida como uma disfunção metabólica grave causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina, associada ou não a uma maior atividade dos hormônios contra-reguladores (cortisol, catecolaminas, glucagon, hormônio do crescimento). A cetoacidose caracteriza-se clinicamente por desidratação, respiração acidótica e alteração dos sentidos; e laboratorialmente por:


- Hiperglicemia (glicemia > 250 mg/dl);
- Acidose metabólica (pH < 7,3 ou bicarbonato sérico < 15 mEq/l);
- Cetonemia (cetonas totais > 3 mmol/l) e cetonúria (presença de corpos cetônicos na urina) .








Geralmente o motivo de um episódio de cetoacidose diabética é não utilização, redução da dose ou má administração da insulina.
Na falta de insulina, o organismo humano não é capaz de gerar energia através da glicose, pois esta só entra nas células se houver insulina, então o organismo ativa a lípase no tecido adiposo que atua sobre os triglicérides, degradando-o em ácido graxos e glicerol, que irão fornecer energia. Os ácidos graxos vão ao fígado em grande quantidade, onde uma pequena parte é novamente transformada em triglicérides e a maior parte reage com a carnitina-acil-transferase, sofrendo uma beta-oxidação e resultando na formação de Acetil-CoA.


Como essa passa a ser a única fonte de obtenção de energia do corpo, o processo ocorre em grande quantidade, gerando um acúmulo de Acetil-CoA. O ciclo de Krebs não consegue utilizar o excesso, então o Acetil-CoA entra na via de produção de corpos cetônicos e forma o beta-hidroxibutirato (β-OHB) e ácido acetoacético (AcAc), que, por descarboxilação no pulmão e na bexiga, formam a acetona.


 A grande quantidade de corpos cetônicos produzida vai acidificar o sangue e fazer com que o indivíduo desenvolva um quadro de cetoacidose diabética.

QUADRO CLÍNICO

No início o paciente apresenta um quadro clínico semelhante ao inicio do diabetes com poliúria (aumento do volume da urina), polidipsia (excessiva sensação de sede), polifagia (excesso de fome), perda de peso e desidratação leve. Com a maior elevação e maior duração da hiperglicemia, a polifagia é substituída por anorexia, surgem náuseas e vômitos, a desidratação é acentuada, a respiração torna-se rápida e profunda aparece o hálito cetônico. O estágio mais grave é caracterizado por diminuição do nível de consciência (confusão, torpor,  coma), sinais de desidratação grave, arritmia cardíaca e redução dos movimentos respiratórios quando o pH sanguíneo é menor que 6,9.

Diagnóstico e Exames imediatos

Assim que o paciente for admitido na Unidade de Emergência e se suspeite de cetoacidose diabética deverão ser realizados exames, que em questão de minutos, permitam a definição diagnóstica e possibilitem o inicio da terapia enquanto se aguarda o resultado das demais investigações:

- Glicemia
- Glicosúria e cetonúria
- Gasometria arterial ou venosa: mostrará acidose metabólica geralmente associada a
alcalose respiratória compensadora.







TRATAMENTO

As medidas específicas usadas no tratamento da cetoacidose diabética são:

- Hidratação;
- Reposição de insulina;
- Correção dos distúrbios eletrolíticos;
- Correção da acidose metabólica

Pela gravidade da situação, o tratamento deve ser urgente. Se o paciente apresentar quadro grave, o procedimento padrão é encaminha-lo direto para a UTI.

Por: Isabela Landim



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